Projeto do espaço é um dos principais desafios para quem quer investir na modalidade.
Segundo o Censo Coworking Brasil, que traça um panorama completo desse mercado no nosso país, somente de 2017 a 2018 o salto no volume de empreendimentos em coworking aumentou 48%, em uma capilaridade nacional, com espaços corporativos compartilhados em praticamente todos os estados da Federação, de Norte a Sul. O dado confirma uma tendência mundial e nacional sem volta. Em nosso país, ela também acompanha o crescimento do número de pequenos e médios negócios, que enxergam no coworking o casamento perfeito entre produtividade e flexibilidade de caixa (para se ter uma ideia, o Sebrae computou somente no ano passado 52 milhões de brasileiros à frente de uma micro ou pequena empresa), além de responder também a dificuldades que grandes centros impõem aos deslocamentos diários e à locação ou compra de salas comerciais.
Assim, otimizar o uso do espaço virou estratégia de negócio. Algo vital para reduzir custo e aumentar a competitividade. Por isso, muitos empresários têm visto no coworking uma oportunidade pujante de investimento no segmento imobiliário. No entanto, segundo o mesmo censo, quase 10% dos executivos que entram no ramo apontam o projeto e design do coworking como os principais desafios na hora de colocar o negócio de pé.
Se você vislumbra reformar ou mesmo abrir um espaço compartilhado para atender a demanda desse jeito novo de trabalhar, que emerge com cada vez mais força, acompanhe abaixo algumas dicas importantes para o seu projeto.
- Área de convivência. Coworking tem a ver com pessoas, com a sensação de “comunidade”, o que favorece insights, networking e aumenta as chances de converter oportunidades em novos negócios. Assim, independentemente do tamanho do espaço, é preciso reservar metragem para a área de convivência, muito especial e estratégica nos coworkings. Aqui, o projeto, a arquitetura de interiores, a decoração, tudo, precisa convidar e incentivar as pessoas ao compartilhamento de ideais e conhecimento. Não tem regra para o estilo, mas escolha um local arejado, providencie assentos confortáveis, mesinhas de apoio sempre próximas, e um cantinho da copa, com saídas de energia para eletrodomésticos, como geladeira, microondas e máquinas de café.
- Acústica. A ideia do coworking é sim compartilhar espaço, mas isso não significa que todo mundo precisa ouvir o que vai ser dito numa ou outra reunião, certo? Assim, investir em materiais de isolamento acústico, como revestimentos e espumas próprias para controlar a difusão do som; e estruturas de alvenaria mescladas com o drywall, é importantíssimo para salas de reunião do coworking. Não economize nesse ponto e procure a ajuda de especialistas.
- Iluminação e energia. Para economizar energia, é sempre recomendável investir em recursos, como vidro e estruturas de claraboia, que favoreçam a iluminação natural e ventilação. Nos coworkings, que devem possuir espaços amplos, sem muitas divisórias, essa é uma ótima estratégia, pois não existe barreiras para a incidência da claridade. Mas quando isso não é possível, procure estabelecer a iluminação artificial indireta, que é aquela que incide em superfícies determinadas e depois é refletida no ambiente. Ela será menos agressiva e mais confortável aos usuários do seu espaço, evitando cansaço. Outro ponto é trabalhar para que toda a área esteja acesa uniformemente, sem que uma fique mais escura que a outra. Procure um lightning designer para conseguir esse efeito.
- Mobiliário. Aposte sempre em móveis ergonômicos, e ajustáveis em altura. Evite também superfícies muito brilhantes. Elas tendem a refletir a luz, o que pode incomodar os usuários do seu espaço. Lembre-se também que a decoração e o design são recursos que comunicam muito a sua marca; então, pense no estilo como um ativo de branding importante.